Fevereiro Refexões: Mais do que uma simples aula, uma comunidade

Por Hannah Field, Estagiária de Life Together

Tenho ensinado  ESL na organização ProGente Connections por um ano e meio. Quando iniciei esse trabalho em setembro de 2017, nunca havia ensinado ESL antes e confesso que eu estava meio nervosa. Quem sou eu para ensinar ESL a adultos mais velhos que eu, sem ter  experiência na área? Em minha cabeça eu continuava me perguntando, confesso que ainda me pego pensando nisso. Aprendi que o inglês como minha primeira língua é muito importante, assim como o maravilhoso material da Intercambio, nosso parceiro de currículo neste trabalho. O mais importante é que aprendi, especialmente com a professora de nível iniciante, a especialização na área às vezes é menos importante do que os relacionamentos construídos. Uma aula de sucesso não é só sobre minha performance como professora, e sim um todo como senso de comunidade. É sobre rir juntos nas faixas de áudio engraçadas. É sobre dividir lanches e petiscos do Brothers’ Market do mercado vizinho durante nosso intervalo de aula. É sobre selfies e mensagens de carinhos que enviamos no nosso grupo de WhatsApp para os alunos doentes que não conseguiram participar da aula. É sobre a competição saudável de jogos de palavras no quadro. É sobre ensinar uns aos outros músicas em Português e Inglês em nossa festas de final de ano. A proficiência  não atrai os alunos de volta à sala de aula semana após semana, especialmente durante a hora do jantar, após um longo dia de trabalho, no meio do inverno da Nova Inglaterra. Porém a comunidade sim, ela faz.


Essas lições que aprendi nas aulas de ESL refletem a missão como um todo da organização ProGente Connections. Não só pretendemos ensinar inglês e preservar o português, oferecer acesso a oportunidades através de workshops e ajuda, e defender os direitos dos imigrantes. Nós fazemos todas essas coisas, e nosso objetivo é fazê-las o melhor possível. Também queremos construir relacionamentos e não  apenas cumprimos funções e cargos em nossa organização, mas sim vermos uns aos outros como pessoas. Não para servir um modelo de "imposição" dentro de uma instituição de caridade tradicional, mas sim para sermos parceiros em um modelo de "comunhão", onde há sempre tempo para se conectar, ajudar e celebrar.